QR Code na China é utilizado para pagamentos diversos, como bilhete de metrô e até para gorjeta e esmola



China deixa de ser uma economia rural para se tornar o país mais tecnológico do planeta
A tecnologia definitivamente está revolucionando a China, que há 30 anos tinha uma economia predominantemente rural. As plataformas digitais dominam o cotidiano da população e cédulas e moedas estão praticamente descartadas já que as pessoas que vivem nas principais cidades do país usam smartphones para pagar praticamente tudo. Até mesmo gorjetas para garçons e, pasmem, esmola para moradores de rua são transferidas através do QR Code, uma espécie de código de barras.
“Se você entra em um restaurante, por exemplo, o garçom primeiro pergunta se você quer usar o WeChat ou o Alipay (as duas opções de pagamento por celular), para depois falar em dinheiro em espécie. Se optar pelo WeChat ou Alipay, basta a pessoa escanear seu QR Code e pronto! Para concluir a operação, basta digitar o código de segurança do cartão de crédito previamente cadastrado”, explica o brasileiro Rodrigo Luis, que mora em Shenzhen desde 2005 e é presidente da Winpoint Technology LTD.
No último dia 8 de maio, as estações de metrô de Shenzhen e de várias outras cidades começaram a permitir que os passageiros digitalizassem um QR Code para passar pelas catracas. Em média, cerca de 228 mil pessoas usaram a tecnologia por dia, anunciou o metrô de Shenzhen.
Por fazer com que as pessoas carreguem menos moedas e notas, o pagamento através do QR Code é mais seguro, rápido e fácil. “Leva apenas 0,2 segundo para os passageiros pagarem via QR Code e isso aumenta muito a eficiência dos pilotos. Também é especialmente conveniente para os turistas”, destaca Chen Junming, chefe da estação Window of the World, localizada em Shenzhen. O QR Code não oferece descontos no metrô chinês e basta os usuários baixarem um aplicativo para poder pagar suas passagens através da tecnologia.
O WeChat nasceu como um aplicativo de mensagens assim como o WhatsApp, mas se transformou em um superaplicativo disponível em todos os momentos da vida dos chineses. Basicamente a pessoa pode procurar um serviço, contratá-lo, pagar por ele e recomendá-lo para os amigos sem nem mesmo sair do app. No Brasil, por exemplo, a pessoa precisaria de Google, telefone, cartão de crédito e Facebook, o que pode ser alcançado com apenas um aplicativo na China.
Rodrigo Luis explica que a robótica é outro ramo tecnológico muito estudado e desenvolvido na China. A Global Sources Consumer Eletronics, feira que acontece em Hong Kong e que é visitada pelos frequentadores da Feira de Cantão, teve uma área especial destinada à robótica.
“A Winpoint Technology LTD levou 17 empresas brasileiras para a edição de outono da Feira de Cantão em outubro do ano passado. Em 2018 trouxemos 26 empresas do Brasil que atuam em diversos segmentos como automobilístico, eletrodomésticos, iluminação, áudio e imagem, segurança residencial e escolas técnicas de automação, com as quais iremos em conjunto com empresas chinesas oferecer materiais didáticos para evolução e desenvolvimento da robótica no Brasil”, revela o empresário brasileiro.