Rio, Quissamã e Carapebus recebem o espetáculo gratuito “Deu a Louca na Encantaria” que traz mitos amazônicos em cena



Com o objetivo de resguardar e fomentar as culturas ancestrais do Norte do Brasil e promover o empoderamento feminino, a peça faz uma releitura lúdica das lendas amazônicas. Teatro, dança, música popular e erudita, pernas de pau, lendas amazônicas e muita cultura cabocla do Norte do Brasil. O espetáculo inédito “Deu a Louca na Encantaria” chega aos palcos do Rio de Janeiro (7/7) e em mais duas cidades do interior – Quissamã e Carapebus, dia 22 de junho -, com apresentações gratuitas e acessibilidade (audiodescrição e libras)

 

A principal lenda encenada é do boto-cor-de-rosa, contada a partir de um olhar feminino e contemporâneo, que traz uma reflexão sobre a maternidade solo, que é a realidade de muitas mulheres. Além do boto-cor-de-rosa, aparecem os encantados: Matinta Perera, Arara Mariana, Cabocla de Pena, Iara e a Cobra Grande. As lendas amazônicas indígenas são retratadas com o objetivo de exaltar os povos originários do Brasil.

Na trama, o boto, que durante o dia fica no rio e à noite se transforma em homem para seduzir as mulheres ribeirinhas, as engravida e desaparece. Ao longo do espetáculo, essa história é comparada à realidade de muitas mulheres mães que são abandonadas pelo genitor de seus filhos. Para Krishna Naira Azevedo, uma das fundadoras do projeto, a missão do espetáculo é honrar as tradições e expressões culturais do Norte brasileiro, por meio da mulher ribeirinha:

“O elenco é composto por artistas pernaltas, músicos e trovadores no chão, que contam as histórias. A trilha sonora é, em sua maioria, canções autorais compostas especialmente para este espetáculo e algumas músicas de terreiro do tambor de mina. Nossa intenção é que no fluir do espetáculo, por meio da dança, canções e poesia, floresça a semente representada pela cultura cabocla do Norte brasileiro, bem como os saberes das diversas culturas da região, seu modo de fazer-se no mundo, lendas, celebrações, festas, danças, músicas populares e resistências”, afirma.

A história é contada em uma experiência única de multilinguagem, envolvendo poesia, dança e música, com atores no chão do palco e nas pernas de pau, narradores e a banda. Os instrumentos populares do Carimbó (Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro) – curimbó, banjo e maracá -, são misturados com instrumentos eruditos, que são: violino, violoncelo e fagote. O espetáculo consegue, dessa forma, criar uma arte erudita brasileira a partir de elementos da cultura popular, por meio das canções.

O espetáculo conta com o apoio do Ministério da Cultura (MinC), e da  Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (Secec-RJ), por meio da Lei Paulo Gustavo de incentivo à Cultura e edital Evoé.

 

Sobre o Coletivo Carimbó dos Altos:

O coletivo “Carimbó dos Altos” nasceu em 2018 e é composto por multiartistas em sua maioria oriundos do norte do Brasil e liderado por mulheres.  Tem como objetivo central despertar o corpo caboclo e ancestral daqueles que participam de suas intervenções, sejam como artistas quanto como o público que acompanha sua arte, no chão ou em Pernas de Pau.

Foto: Thayla Conceição

 

Serviço: 

Espetáculo “Deu a louca na Encantaria”

Duração: 50 minutos

22/06 às 16h – “Deu a louca na Encantaria” em Praia de Carapebus – Encontro Nacional de Campismo – Motorhome (audiodescrição e libras)

22/06 às 19h30 – “Deu a louca na Encantaria” em  Praça Mário Moreira da Silva/Centro – Quissamã (audiodescrição e libras)

07/07 às 15h –  “Deu a louca na Encantaria” em Santa Teresa – Parque Glória Maria com roda de conversa com o público (intérprete de Libras e audiodescrição)