Atividade mostra a relação indissociável entre formação digital, tecnológica e a vivência teórica cultural

A The African Pride desenvolveu o projeto Bridge,  com ênfase em tecnologias, inovação e desenvolvimento digital, uma iniciativa de capacitação profissional voltada para jovens negros periféricos do Rio de Janeiro, com foco na área da indústria criativa, que também oferece o programa de mentoria Big Brother Big Sister. A primeira turma do Bridge prestigiou o Espaço Africanidades no Festival do Leitor que ofereceu uma programação diversificada, abrangendo tanto práticas ancestrais quanto manifestações culturais contemporâneas. O Africanidades contou com a curadoria da historiadora brasileira Carolina Morais, co-fundadora da The African Pride, e da escritora Bárbara Cortese Caldas, diretora da Mater Produções, que também trouxe outras atrações para o Festival, como o Espaço Rio de Contos e o Espaço Vozes.

O LER – Festival do Leitor é um evento dedicado a celebrar e promover a leitura e o conhecimento, reunindo uma ampla gama de atividades literárias em mais de 70 espaços distribuídos por toda a cidade literária criada especialmente para o evento. Atraindo cerca de 200 mil visitantes, entre estudantes, educadores, leitores, editores, livrarias, parceiros e público em geral, o Festival ofereceu uma programação rica e variada que contempla todas as faixas etárias.

Carolina Helena Oliveira da Silva, a Carola, e Tainara Monique Mendes, analistas de responsabilidade social do Bridge, explicam que a iniciativa oferece cursos técnicos em desenvolvimento de aplicativos e jogos, além de aulas de inglês, visando qualificar os jovens para o mercado de trabalho, promover a inclusão digital e racial, fornecendo ferramentas e conhecimentos para que os jovens possam construir uma carreira sólida e competitiva no setor tecnológico, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social da comunidade.

Tainara ressalta que a visita dos jovens do projeto ao Espaço Africanidades no Festival do Leitor foi uma oportunidade de vivência importante para os alunos, pois representou uma oportunidade valiosa de conexão com a cultura e a estética africana, bem como com a literatura, essenciais para a construção de uma identidade cultural sólida e para a valorização da herança ancestral. A educação frequentemente separa essas áreas, mas a experiência vivida no evento demonstrou que elas podem se complementar e enriquecer mutuamente e destaca: a visita ao Espaço Africanidades trouxe contribuições significativas para o seu trabalho realizado em sala de aula com os jovens, a vivência destes alunos permitiu que experimentassem de forma mais concreta e significativa temas como identidade, raça, gênero e diversidade, fortalecendo sua autoconfiança e sua identidade cultural, e se mostrou uma ferramenta valiosa para a construção de uma educação mais integrada e significativa para esses jovens.

As analistas de responsabilidade social compartilharam que: “ os alunos experimentaram tecidos e vestimentas africanas, algo incomum em suas vidas cotidianas. Essa experiência sensorial permitiu que eles se conectassem de forma mais profunda com a cultura africana e valorizassem ainda mais suas raízes.  Participar do desfile de moda e subir no palco do Espaço Africanidades foi uma oportunidade para que esses jovens se sentissem protagonistas de suas próprias vidas. Em um mundo que muitas vezes os marginaliza e despreza, essa experiência positiva trouxe um impacto significativo em sua autoimagem e autoconfiança, fortalecendo ainda mais sua identidade cultural”.

Já Carola conclui salientando a importância da parceria com a The African Pride e outras instituições para a realização de iniciativas como essa. “A colaboração entre diferentes setores é fundamental para a promoção da inclusão social e do desenvolvimento de oportunidades para a população negra”.